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domingo, 26 de abril de 2009

Aprovada no vestibular



Perco os planos, o nexo e a linha de raciocínio. O pensamento voa longe. Longe do teclado, das mãos, dos dedos, das unhas, dos pés, da cabeça, do corpo. Indecisão alojada no interior. Certo medo contido, quase proibido. Numa esperança de fazer-me forte, indestrutível. Movida a adjetivos. Quanto mais adjetivo, mais fácil esquecer qual é o substantivo. Mais fácil de esquecer logo tudo de uma vez. Esquecer o mundo e suas dores. É uma experiência louvável, lamentável. Onde sufixos não se fazem suficientes para explicar. E prefixos só prefazem verbos já auto-suficientes. Não é preciso recomeçar. Mas apenas começar de novo. Sem proteger o começo com um prefixo. Ele não precisa disso. Há inúmeras outras necessidades tão mais "necessárias" - para não dizer urgentes e fazer-me redundante. (...) Faço parte de um ciclo. Um vício. Um ciclo vicioso. Sou fruto do meio, da influência. Não tenho autoridade, sou bicho. Literalmente sou bicho.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Tuas Horas.

Tempo tem passado sem passado, em passar ainda estranho, mais rápido, menos corrosivo. Suavemente, às escondidas, despercebido, nada sofrido. Resíduos umbilicais bagunçaram ponteiros e distâncias. Até o paladar, senão dirá em próprio corpo. Não mais sente-se: Vê. Encontrando-se preso, as nuvens a andar e a Terra a par a parar, enquanto o fenômeno natural é axioma inverso. Qualquer esquizofrenia cotidiana não saíria assim, pela porta social, a olhar sua cara cansada e pálida estampada no descarado espelho do elevador, pelo ilustrador corriqueiro cheirando a entrega particular, a preguiça moderna, a estática vida de frenético e desenfreado movimento da metrópole. Era claro, nítido, cristalino, pudera límpido. E saiu. Saiu pela porta social, desceu calmamente o elevador, olhou tranquilamente os ponteiros do relógio central passarem, dançarem, recuarem, trépidos, trêmulos, medrosos, covardes, foragidos, coagidos. Façanha. Não haveria tamanha liberdade assim, descer escadas, pular muros, invadir tão próspera propriedade e tão corrompida conseguinte família monogâmica sutil, educada, de tamanha cortesia. Haveriam de inovar, inventividades sem tamanho, maravilhas espetaculares, porém haveria um limite, ou ao menos uma sequência consciente? A vista seria familiar por mais que distante, por mais que assutadora. Não haveria de emaranhar conclusões fulgazes de horas de relexão incognoscível, cíclica, carcereira, enfadonha. Não era possível. E os sinais? Semáforos? Faixa de pedestres? Símbolos, símbolos e símbolos, sim!
Simbologia? Engoli.
Pílulas diárias, castração e prostração, horas de arroxeamento vil, personagens atrozes, dançarinos antenados, atores momentâneos. Estendia a mão, rogava pelo pão, implorava aos olhos. Aqueles petrificados de páginas emboloradas de alguns já seculares meses atrás. Angústia. Palidez. E, como numa gradação de tamanha sutiliza que quase despercebida, atingiu ao clímax real em enredo fictício, impune por gerar tantos delírios e ilusões ao cotidiano já torporizado. Evoquei-me. Pudera viagem astral. Delírio onírico. Demagogia! Demagogias. Não passam disso. Despe-se Desejo, transveste-se Realismo. Pois não? Tudo gulosas pupilas, a engolir olhos, segurar cajado, machado, conduzir boiadas em pastos, perdidas e imóveis a caminho do já traçado desfecho. Fecha-se em pétala, abre-se em botão. E ao desabrochar, já não fura: Atravessa. E agora: Seis da tarde, horário de verão. Passava assim, verdadeiras dunas de duas, duras, puras? Tuas Horas.