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quinta-feira, 13 de maio de 2010

Existo! És isto?

Sou nada?

Sou projeto, traço e cor da tua idéia?

E se tua idéia é tua mente

Vazia?

Sou entao tudo?

Plena onde o todo é vácuo!

E qual é o todo?

Cheio de todo vazio?

É nada?

Se nada é o todo

Então sou todo

Ainda que esse todo seja inócuo

.

Não sou personagem

Nao sou tipo

Não posso ser coisa

Nem rascunho

Ou protótipo

.

Incorpórea, impalpável?

E se há, ainda, um ser que não o seja

Me diga quem

Ainda existe sem que haja quem o veja!

.

Todas facetas de ser

Só o são com devido destinatário

Eu acadêmico é graduação

Eu empregado é salário

Eu profissional é portfólio

Patrão é pagamento

Funcionário/produção

Defunto é espólio

Homem, mulher, negro, branco e tudo é estatística

.

Gente, só existe a partir de uma interpretação finalística

E ainda que não haja razão para teleologia

Se fazem existir, esses alter-egos

Contróem a desejada personalidade

Fotos textos música câmera luz ação!

Dessa virtual orgia

E seu real eu existe na verdade?

Quem dirá que não?

.

TU!

Egrégio julgador do certo!

Diz que todo meu eu não há!

Que me criou e pode me limitar

Sou um aborto da tua esquisofrenia?

Nasci fruto da tua entorpecência

E agora morro, vítima da tua letargia?

. 

Mas... se me diz, a mim se dirige

Então existo pra satisfazer teu desejo

De dar o veredicto pelo menos em um aspecto

Da tua vida insípida que pensa que o roteiro redige

E eu nada mais sou do que um prospecto

A caricatura do ensejo

De procrastinar a abalroada

da realidade em seu mais vil aspecto

.

E se ainda reiterar toda argumentação

Aduzindo minha inexistência

Me rasgo e te exponho as entranhas,

sangue pulsa derrama e tinge

O cenário digno de uma produção tarantinesca

.

Caso insista na absurda alegação

De que a ausência de corpo me restrige

E nem mesmo minha ferida fatal te convença

De que há minha real concepção e consciência

.

Te envolvo nos braços gelados e rígidos

e afogo tuas interrogações em coágulos

E te enojas

Regurgitas

E sabes que sou teu tumor psicológico

Palpável em cada um de teus nódulos

E antes que minha ausência te aflijas

.

Fica o a ferida purulenta dor e cheiro...

Sente o cheiro?

É da tua consciência podre

Porque me contém

E se cheira e se contamina com a putrefação de todos os fungos e pústulas

Se adoece e se cai

Existe

E se me contém então

Existo

.

E se tentas me convencer que não

Te nego

E tenho negado

Mas não é por negar-te que tenha te desprezado

Pois quanto mais renego

Te vejo a tentar me convencer mais empenhado

E tem teu pensamento me nutrido

E teus nãos me construído

.

Sou tua sombra arquetípica

Teu não dever ser

Dessa tua alma paralítica

Toda teoria e imaginação

Que pensas que te dá poder

Para fazer a dicotomia

Entre o que há ou não

De acordo com tua ética irrisória

.

Sou tua crítica e teu sermão

Sobre os erros de todos os tempos

Sou tua anti-heroína

Tua alegoria do proibido sempre à mão

Para ilustrar tua hipocrisia

De como todos estão errados ao buscar a perfeição

.

E sob a égide de tuas morais e lamentos

Esconde teu ego megalomaníaco

Que pensa que ao apontar tantos outros tormentos

Dessa geração socialmente hipocondríaca

Disfarça tua própria auto-afirmação

.

Sou quem te refresca a memória

No meio da rotininha patética

Te todas as tintas, imagens, photoshop e glória

De todas tuas criações apáticas

.

Como todos outros tantos,

Todo carne sangue e suor,

Buscas a perfeição inatingível

E a mim, sombra que sou,

Cabe sempre o pior.

.

Ainda que não vá te reduzir a prantos

Hei de te proclamar a sentença temível

Sendo eu nada mais do inferno que aponta

Em todos que buscam amor nesse mundo terrível

Sou nada menos que teu avesso

O bastidor de cada fim e cada começo

.

E sendo tudo que teme

Tornar-se o desprezo que projetaste

Digo, és tu como eu, insisto,

Eu existo,

E tu, és isto?

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