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quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Olhos

Mira-me com aquela expressão interrogativa como se em um instante fizesse tantas conjecturas fossem possíveis a respeito do meu caráter e em um sutil franzir de sobrancelhas, uma breve contração muscular estupra toda aspereza da minha imponência até então invicta.
Os olhos cinzentos me sugam para o bueiro escuro da tua pupila, sujo, sujo de todos os pensamentos defecados pela escória, rota subterrânea que exala podridão do vômito dos boêmios entorpecidos pelo alcool e pelo gozo de suas orgias intermináveis.
Olheias denunciam todas idéias e insurreições censuradas, tramadas clandestinas das madrugadas de lua cheia e branca tal qual a nádega de uma vadia deitada ao lado de um anônimo numa espelunca soltando argolas de fumaça após a foda indigente.
Escalo a tua esclerótica avermelhada pelo torpor sinestésica de uma droga qualquer, rastejando no chão lamacento da tua íris e arranhando as paredes cobertas de limo e lodo viscoso ensopando meus sapatos me torno rota e suja com a maravilhosa putrefação do submundo animalesco profanando as auréolas douradas da civilidade.
Pisquei e emergi, e tudo seria diferente se nunca tivesse mirado aqueles olhos.

3 pareceres:

Pétilin disse...

Fujo para romper todas as barreiras que me trancafiam em olhares. Olhares que me deixam nua. Desprovida de proteção, exposta aos sexos, ao caos e a toda imundice terrena. Então eu grito. Mas a sociedade se nega a ouvir.

Desespero-me.
Suicido-me.

Nora disse...

eu adoro qdo a pét entende o q eu quero dizer...
Principalmente qdo eu mesma n tinha entendido...
Haa estou de volta ao Orgasmos!

Anônimo disse...

Olhos incisivos, mordentes,
cortantes, enérgicos,decisivos, me fizeram acreditar que num momento, sua alma tinha se agarrado a mim.