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quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

O cuspe de mim

Você já parou se ouvir? Já parou pra ouvir aquela voz que ecoa dentro de você? Você já parou pra pensar que às vezes quando você fala o que você pensou não foi a mesma coisa? Você pensa muito mais do que você fala, mas o que você fala vem em fragmentos. As pausas que você faz pra falar são os fragmentos perdidos dentro de você. Os fragmentos que você na verdade tem medo de falar. Quantas coisas você pensa e não fala? Quantas coisas você deixa morrer na garganta? - E qual é o barulho que você escuta quando tenta se ouvir? Quais são as palavras que ficam batendo repetidas dentro de você? Dentro das paredes que você cria? Eu me trancafio dentro de mim com medo de me ouvir. Eu tapo meu ouvido dentro de mim. E tento tapar minha boca. Mas dentro da gente não tem boca. Tem o que você pensa, e o que você é de verdade. Você quer ver o que você é de verdade? Ou você vai se fingir de míope, se fingir de cego. Ou vai dizer: "Ahhh, eu tenho um visão turva, conturbada das coisas". LARGA DE MENTIRA. Assume o teu eu. Assume! E bate no peito. Tenha orgulho de ser quem você é. Tenha orgulho de repetir o seu nome completo. Tenha orgulho de gritar para o mundo a sua idade. Falar que você é jovem, falar que você é velho. Ou que você é apenas uma criança. - Quantos de nós não temos apenas sete anos dentro da gente? O coração que bate é sempre mais novo do que a gente sente. Os amigos de verdade continuam cabendo, e é quando o coração deixa de ser de criança. Porque no de criança cabe mais brinquedo. Cabe mais ilusão, menos briga, mais choro. Choro pingado, miado, que cabe num pires de café. Só não cabe numa colher porque uma colher de café não compra um brinquedo. Um pires pode ganhar uma bala. Uma xícara, aquele carrinho barato da esquina. - Quanto choro cabe dentro de nós? Quanta dor a gente produz em um, cinco, dez anos? Ou numa vida inteira? Toda a dor que você sentiu até hoje, você seria capaz de sentir em um dia só? É justamente por isso que os dias são longos e arrastados, espalhados por uma vida inteira. Porque se não a gente vivia um dia e era suficiente. Mas não, a gente vive uma vida inteira. Pra cada dia sofrer um pouco, sorrir um pouco, amar um pouco, chorar um pouco, e no final de tantos poucos ter feito uma vida inteira repleta de sensações. Sensações que cabem em um dicionário, mas não cabem de uma vez só dentro da gente.

2 pareceres:

Anônimo disse...

Emocionante Pet!

Lindo!!!

? disse...

alavanca!!